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Uma sala de aula da escola rural Lo de Mejía II, em San Juan Sacatepéquez, na Guatemala, foi transformada em museu, onde os alunos são incentivados a aprender pela experimentação. Objetos que as crianças da comunidade dificilmente teriam acesso, como pedras preciosas, antiguidades, réplica do sistema solar e moedas antigas, são usados para despertar curiosidade e gosto pelo conhecimento.
A prática pontual, que chegou a ser premiada nacionalmente, mas dificilmente seria conhecida em outros países, é uma das mais de 600 experiências que estão no Mapa Coletivo da Educação Alternativa Reevo, lançado pela ONG Redes de Pares. Sua intenção é colocar em contato organizações, escolas e pessoas interessadas na transformação da educação. “O objetivo da ONG, cujo Reevo é o primeiro projeto, é reunir comunidades e coletivos de pessoas com interesses comuns e trabalhar em rede para construir conhecimento e formas de ação coletiva”, explicou o cineasta argentino German Doin, 26, líder do projeto.
A plataforma mostra experiências de educação formal e não formal, ensino superior e outros relacionados à educação, que podem ser buscados por enfoque alternativo, método pedagógico e tipo de gestão. O nível de informação disponível sobre cada iniciativa é diferente e como é um mapa colaborativo, as informações aparecem em diferentes línguas.
O trabalho provocativo de Doin em prol da educação alternativa começou antes da criação do mapa, a partir do filme independente “La Educación Prohibida”, lançado em agosto de 2012 pela Internet, depois de três anos de produção. Para filmar a película, o argentino e outras pessoas que se juntaram a ele ao longo do processo visitaram 45 experiências de educação não convencionais em sete países da América Latina. A ideia era divulgar formas de educação transformadora e promover debate sobre o tema. E eles conseguiram.
O mapa é uma continuação dessa ideia. Lançado junto com o filme, o Reevo documenta experiências (as do filme e outras) e as divulga. A ideia é transformar o Reevo em uma rede social e virtual dedicada à educação alternativa. O próximo passo é combinar o mapa com uma enciclopédia colaborativa.
Doin não está sozinho na empreitada. Atualmente, quatro pessoas com formação em comunicação e redes colaborativas trabalham em tempo integral no projeto. E cerca de 20 ativistas voluntários de vários países da América Latina e do mundo hispânico contribuem visitando escolas e relatando iniciativas inovadoras, assim como Doin fez para filmar seu filme.
Essa prática, aliás, não é exclusiva do cineasta argentino. Pelo mundo, outros interessados em educação realizam roteiros para conhecer instituições de ensino não convencionais e compartilham essas informações em blogs, livros e filmes.
No Brasil, a Plataforma EducaRES, promovida pelo Ministério do Meio Ambiente, é uma ação do Governo Federal para apoiar a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Além da plataforma, duas matrizes de transversalização da Educação Ambiental e Comunicação Social, um plano integrado de avaliação e materiais pedagógicos fazem parte da Estratégia.
Em 2014, o Projeto Apiaba, já conhecido na Região Noroeste do Paraná por promover projetos com foco nas áreas de Educação e Meio Ambiente se destacou com o “Projeto Águas no Coração da Educação", que recebeu a homologação do Ministério do Meio Ambiente e passou a fazer parte da Plataforma EducaRES, onde é referência. O projeto de Educação Ambiental foi desenvolvido em 2013 em parceria com a Secretaria de Educação de Araruna.
Hoje, a organização se destaca uma vez mais sendo uma das duas únicas em todo o Estado do Paraná – e uma das poucas práticas brasileiras – a fazerem parte do Mapa Coletivo da Educação Alternativa Reevo. O “UFPR Litoral”, um projeto de expansão institucional de caráter inovador desenvolvido pela Universidade Estadual do Paraná é o outro representante paranaense na plataforma internacional.